
Um relacionamento mortal assombra dois homens em uma cabana isolada. Gunnar namorava com Einar, mas acabaram. Einar não lidou bem com a separação e uma noite liga a Gunnar dizendo coisas sem nexo. Receando pelo ex-namorado, Gunnar parte a meio da noite para a distante cabana no meio do nada na esperança de chegar a tempo para salvar uma vida. Estando os dois homens sós nesse lugar onde partilharam tantos momentos, as memórias voltam. A relação só não melhora porque algo se passa no exterior da cabana. Desde a porta que não abre sozinha, até aos sons vindos do escuro, algo ou alguém os está a levar à loucura. E parece que os habitantes sabem o que é, pois uns falam de assaltantes em busca de casas vazias e outros alertam para os perigos de dar boleia a desconhecidos. E há ainda um carro vermelho e um vulto na escuridão.
O filme de Thoroddsen segue as fórmulas tradicionais dos géneros. Se de um lado temos um thriller psicológico, naquele bem conhecido limiar entre o monstro nas trevas e a imaginação de uma pessoa enlouquecida, do outro temos o clássico drama do casal perdido que tem uma última oportunidade de reencontro ou de corte com o passado. Por isso o título original “Rökkur” é tão adequado. Com o significado de “Crepúsculo” é verdadeiramente um filme sobre fronteiras entre dois mundos diferentes e não apenas um filme passado nos dias curtos do final de Outono. O título inglês “Rift” também simboliza corte, mas com uma perspectiva completamente diferente. Alerta para os perigos da natureza naquela geologia vulcânica, onde crianças e animais tantas vezes se depararam com a morte.